Perder faz parte do futebol. Reconhecer um bom trabalho, não. Vice?
Fabricio de Lima 05/12/2015 às 00:25 | Santos - SP
No dia seguinte, é fácil. Apontar os erros, comentar o que poderia ter acontecido, explicar uma razão com emoção, após estar tão próximo do êxito máximo. E por falar em máximo, vale lembrar que, no início de 2015, o mínimo não era visto, ou melhor, não era depositado no dia certo, para quem merecia o que era seu por direito. Direito, foi exatamente o que a diretoria do Santos FC, fez quando assumiu o clube, com diversas dívidas, demandada de jogadores e problemas jurídicos por falta de pagamento.
O Santos FC começou o ano, visto como um provável candidato ao rebaixamento nos campos, fora dele, o clube estava sim, na segunda, pois um prestador de serviço, não pode deixar de receber o que é seu de direito, como as contas atrasadas que o presidente Modesto Roma Junior, adquiriu ao assumir o time que um dia foi comandado por seu pai. Diante de uma crise econômica não somente no futebol, a diretoria fez o possível e o impossível, mas isso faz parte do passado.
As vezes é bom relembrar o passado, que não muda, para viver o presente e construir o futuro. Tudo o que poderia ter sido feito, foi realizado da melhor forma possível, já que nesta temporada, tive oportunidade de frequentar o CT Rei Pelé inúmeras vezes, podendo olhar e principalmente, sentir de perto tudo o que acontecia. Obviamente, dentro de campo, tudo pode mudar. A história se conta dentro das quatro linhas, faz parte do futebol.
Mais do que as chances perdidas na Vila Belmiro, apontando jogador A, B ou N, temos que analisar todo o conjunto da obra. O trabalho foi excelente, uma vez que o clube esteve presente nas duas finais possíveis da temporada e conquistou o torneio estadual. Além disso, o técnico Dorival Junior comandou a arrancada do time, que estava na zona de rebaixamento, colocando a equipe em uma
improvável luta por vaga na Libertadores da América. Porém, chegou o momento, em que, a parte física, talvez, tenha pesado para o elenco, uma vez que o treinador da equipe ouviu e acatou um pedido dos seus jogadores, solicitando a escalação dos reservas.
Certo ou errado, hoje, existem exames fisiológicos onde apontam o desgaste físico dos atletas, indicando uma provável lesão. No Allianz Parque, todas as substituições do técnico Dorival Junior, foram devido a contusões dos seus jogadores, uma vez que o Santos FC, em 2015, disputou nada mais, nada menos, que 71 partidas. Nada é por acaso. Agora, podemos entrar no mérito da qualidade do plantel dos jogadores, mas, vale lembrar que o clube passou e, passa, por uma grave crise financeira, onde a diretoria foi prudente não realizando contratações fora da realidade e consequentemente, qualificar o elenco.
Tudo isso não é mostrado nas inúmeras câmeras, que captaram cada movimento dos jogadores dentro da Vila Belmiro e do Allianz Parque, nas duas partidas da grande decisão. O torcedor só pode ver, sentir e curtir os gols e a grande emoção que ocorreu dentro de campo. É normal que a torcida seja passional, e não veja, ou não deseja entender, o que aconteceu fora de campo, culminando em diversas criticas destrutivas que podem apagar o bom trabalho que foi realizado neste ano.
É, normal no país do futebol, não reconhecer e exaltar o que foi realizado fora das quatro linhas, mas é um fato, que perder um título para um rival não é fácil, mas é preciso pontuar o que aconteceu fora de campo, pois dentro de campo, tudo faz parte do futebol, até ser vice-campeão.
COLUNA Fabricio de Lima
Fabricio de Lima
Formou-se em comunicação social com habilitação em Rádio e Tv. Especializou-se em cinema, jornalismo esportivo e narração esportiva em Rádio, Tv e Web. Foi diretor e roteirista de programas de Tv e curtas-metragens, dentre eles, o curta, “213”, premiado no Festival de Cinema de Santos (Curta Santos) na categoria direção. Participou do programa Craque do Futuro, escrevendo matérias para o Grupo Lance!. Foi indicado à melhor repórter esportivo da Web, pelo midiaesportiva.net. É repórter e comentarista da Rádio Guarujá AM 1550 Khz. Diretor, roteirista e produtor de filmes.
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