Érico Mota   30/11/2015 às 07:00 | Santos - SP

Tem uma música da Beth Carvalho que diz: "Você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão...". É Verdade que em 2004, o São Paulo deu uma mãozinha sim, ou melhor, o Grafite, quando fez os dois gols da vitória são paulina que rebaixaram o Juventus e livraram o Corinthians do rebaixamento no Campeonato Paulista daquele ano. Curiosamente, no ano seguinte, além de não disputar a Série A2 do Paulistão, o Corinthians ainda buscou o título brasileiro de 2005, turbinado pelo dinheiro da MSI de Kia Joorabchian, de Carlitos Tevez e cia, num campeonato que teve jogos anulados e uma goleada histórica do campeão sobre um rival, 7 a 1 sobre o Santos no Pacaembu. Era o tetra.

Neste mesmo ano, o São Paulo ganharia seu último título paulista, mas ainda bem administrado, chegaria ao tricampeonato da Libertadores e ao tri mundial.  Nos três anos seguintes , o tricolor ainda conseguiria três brasileiros consecutivos, mas fracassaria nas Libertadores disputadas posteriormente. Já o Corinthians, mergulharia numa crise que não parecia ter fim, com a saída de Tevez e desmanche do time, principalmente depois da eliminação na Libertadores de 2006 e culminando com o rebaixamento no Brasileiro em 2007, após dois anos sem títulos e com a torcida tendo que aguentar as gozações de seus rivais.

Mas o mundo dá voltas, e deu. O Corinthians se reorganizou, aprendeu a lição e voltou mais forte do que nunca para ganhar títulos de novo, e um deles foi o de campeão brasileiro de 2011, com Tite no comando. E uma partida foi inesquecível para os corintianos naquele ano, a goleada de 5 a 0 no Pacaembu, com gol de Cristian homenageando Ronaldo Fenômeno, carrasco tricolor. Era o penta.

Os anos se passaram, o Corinthians ganhou títulos importantes, como a inédita Libertadores, Mundial, mais um Paulista e chegamos em 2015, ano em que mais uma vez o São Paulo "ajudaria" o Corinthians, vencendo o Atlético Mineiro na rodada anterior e acabando de vez com as chances matemáticas do Galo e sacramentando o título corintiano, que empatava com o Vasco. Mas é bem verdade que também, e principalmente, ajudaria a si mesmo, já que brigava por uma vaga no G4 pra Libertadores.  E não é que o destino quis que na rodada seguinte o Corinthians goleasse o mesmo São Paulo por um humilhante 6 a 1 no ano de mais um título de campeonato brasileiro? E detalhe, com gol de Cristian, de novo, e com mais uma homenagem a Ronaldo. E o volante jogou com a camisa 16. Ironia? Não.

É o Hexa!